CONJUNÇÃO
Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como
elemento de ligação: a conjunção.
Por exemplo:
A menina segurou a
boneca e mostrou quando viu as amiguinhas.
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
segurou a boneca
a menina mostrou
viu as amiguinhas
Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou,
viu. Assim, há nessa frase três orações:
1ª oração: A menina segurou a boneca
2ª oração: e mostrou
3ª oração: quando viu as amiguinhas.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do "e", e
a terceira oração liga-se à segunda por meio do "quando". As
palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações.
Observe:
Gosto de natação e de
futebol.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou termos de
uma mesma oração. Logo, a palavra"e" está ligando termos de
uma mesma oração.
Conjunção é a palavra
invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma
oração.
|
Morfossintaxe da Conjunção
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem propriamente uma
função sintática: são conectivos.
Classificação
da Conjunção
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser
classificadas em coordenativas esubordinativas. No
primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do
outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido
que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos
ligados pela conjunção depende da existência do outro.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
São aquelas que ligam orações de sentido completo e independente ou
termos da oração que têm a mesma função gramatical. Subdividem-se em:
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de
acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), não
só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda.
Por exemplo:
A sua pesquisa é
clara e objetiva.
Ela não só dirigiu a pesquisa como também escreveu
o relatório.
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras,
expressando ideia de contraste ou compensação. São elas:mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, no entanto, não obstante.
Por exemplo:
Tentei chegar mais
cedo, porém não consegui.
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia
de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São
elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja,
talvez... talvez.
Por exemplo:
Ou escolho agora, ou fico
sem presente de aniversário.
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois
do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.
Por exemplo:
Marta estava bem
preparada para o teste, portanto não ficou nervosa.
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma
oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que,
porque, pois (antes do verbo), porquanto.
Por exemplo:
Não demore, que o
filme já vai começar.
Saiba que:
a) As conjunções "e"," antes",
"agora"," quando" são adversativas quando
equivalem a "mas".
Por exemplo:
Carlos fala, e não
faz.
O bom educador não proíbe, antes orienta.
Sou muito bom; agora, bobo não sou.
Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.
O bom educador não proíbe, antes orienta.
Sou muito bom; agora, bobo não sou.
Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.
b) "Senão" é conjunção adversativa quando equivale
a "mas sim".
Por exemplo:
Conseguimos vencer
não por protecionismo, senão por capacidade.
c) Das conjunções adversativas, "mas" deve ser
empregada sempre no início da oração: as outras (porém, todavia, contudo,
etc.) podem vir no início ou no meio.
Por exemplo:
Ninguém respondeu a
pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.
Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.
Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.
d) A palavra "pois", quando é conjunção
conclusiva, vem geralmente após um ou mais termos da oração a que pertence.
Por exemplo:
Você o provocou com
essas palavras; não se queixe, pois, de seus ataques.
Quando é conjunção explicativa," pois" vem,
geralmente, após um verbo no imperativo e sempre no início da oração a que
pertence.
Por exemplo:
Não tenha receio, pois eu
a protegerei.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra.
A oração dependente, introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome
de oração subordinada.
Veja o exemplo:
O baile já tinha
começado quando ela chegou.
O baile já tinha começado: oração principal
quando: conjunção subordinativa
ela chegou: oração subordinada
O baile já tinha começado: oração principal
quando: conjunção subordinativa
ela chegou: oração subordinada
As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais:
1. Integrantes
Indicam que a oração subordinada por elas introduzida completa ou
integra o sentido da principal. Introduzem orações que equivalem a
substantivos. São elas: que, se.
Por exemplo:
Espero que você
volte. (Espero sua volta.)
Não sei se ele voltará. (Não sei da sua volta.)
Não sei se ele voltará. (Não sei da sua volta.)
2. Adverbiais
Indicam que a oração subordinada por elas introduzida exerce a função de
adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam,
classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque,
no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde
que, etc.
Por exemplo:
Ele não fez a
pesquisa porque não dispunha de meios.
Como não se interessa por arte, desistiu do curso.
Como não se interessa por arte, desistiu do curso.
b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São
elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais
que, posto que, conquanto, etc.
Por exemplo:
Embora fosse tarde,
fomos visitá-lo.
Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.
Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.
c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se,
caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
Por exemplo:
Se precisar de
minha ajuda, telefone-me.
Não irei ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio muito urgente.
Não irei ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio muito urgente.
d) Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime
a conformidade de um fato com outro. São elas:conforme, como (= conforme),
segundo, consoante, etc.
Por exemplo:
O passeio ocorreu como havíamos
planejado.
Arrume a exposição segundo as ordens do professor.
Arrume a exposição segundo as ordens do professor.
e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou
o objetivo com que se realiza a principal. São elas: para que, a fim de
que, que, porque (= para que), que, etc.
Por exemplo:
Toque o sinal para
que todos entrem no salão.
Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor.
Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor.
f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato
relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal. São elas: à
medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto
mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.
Por exemplo:
O preço fica mais
caro à medida que os produtos escasseiam.
Quanto mais reclamava menos atenção recebia.
Quanto mais reclamava menos atenção recebia.
Obs.: são incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na
medida que e na medida em que.
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal. São elas:quando,
enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que,
sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc.
Por exemplo:
A briga começou assim
que saímos da festa.
A cidade ficou mais triste depois que ele partiu.
A cidade ficou mais triste depois que ele partiu.
h) Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de
comparação com referência à oração principal. São elas: como, assim
como, tal como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que,
quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
Por exemplo:
O jogo de hoje será
mais difícil que o de ontem.
Ele é preguiçoso tal como o irmão.
Ele é preguiçoso tal como o irmão.
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a
consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que
(= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração
principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
Por exemplo:
Estudou tanto durante
a noite que dormiu na hora do exame.
A dor era tanta que a moça desmaiou.
A dor era tanta que a moça desmaiou.
LOCUÇÃO CONJUNTIVA
Recebem o nome de locução conjuntiva os conjuntos de palavras que atuam
como conjunção. Essas locuções geralmente terminam em "que". Observe
os exemplos:
visto que
desde que ainda que por mais que à medida que à proporção que logo que a fim de que |
Atenção:
Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo,
portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto.
Assim, a conjunção que pode ser:
1. Aditiva ( = e)
Por exemplo:
Por exemplo:
Esfrega que esfrega,
mas a mancha não sai.
2. Explicativa
Por exemplo:
Por exemplo:
Apressemo-nos, que chove.
3. Integrante
Por exemplo:
Por exemplo:
Diga-lhe que não
irei.
4. Consecutiva
Por exemplo:
Por exemplo:
Onde estavas, que não
te vi?
5. Comparativa
Por exemplo:
Por exemplo:
Ficou vermelho que nem
brasa.
6. Concessiva
Por exemplo:
Beba, um pouco que seja.
7. Temporal
Por exemplo:
Por exemplo:
Chegados que fomos,
dirigimo-nos ao hotel.
8. Final
Por exemplo:
Por exemplo:
Vendo o amigo à
janela, fez sinal que descesse.
9. Causal
Por exemplo:
Por exemplo:
"Velho que sou,
apenas conheço as flores do meu tempo." (V.Coaraci)
CONJUNÇÕES,
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS
O bom
relacionamento entre as conjunções de um texto garante a perfeita
estruturação de suas frases e parágrafos, bem como a compreensão eficaz de
seu conteúdo. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e textos - como os
pronomes, preposições, alguns advérbios e numerais -, as conjunções fazem
parte daquilo a que se pode chamar de " a arquitetura textual",
isto é, o conjunto das relações que garantem a coesão do enunciado. O sucesso
desse conjunto de relações depende do conhecimento do valor relacional das
conjunções, uma vez que estas interferem semanticamente no enunciado.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às conjunções tanto na leitura como na produção de textos. Nos textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expressão de circunstâncias fundamentais à condução da história, como as noções de tempo, finalidade, causa consequência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das exposições e argumentações construídas por meio de contrastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e concessivas. |
TESTES SEUS CONHECIMENTOS ATIVIDADE SOBRE CONJUNÇÃO
muito bom
ResponderExcluir