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quinta-feira, 10 de maio de 2018

GÊNERO TEXTUAL: CAUSO


GÊNERO TEXTUAL: CAUSO

Causo é uma história (representando fatos verídicos ou não), contada de forma engraçada, com objetivo lúdico. Muitas vezes apresentam-se com rimas, trabalhando assim a sonoridade das palavras. São conhecidos também como causos populares e já fazem parte do folclore brasileiro.
Os causos são histórias fantásticas que podem ser engraçadas ou assustadoras, mas que devem ser contadas obedecendo a algumas regrinhas: um causo, para ser bem contado, tem que conferir às palavras entonação, ritmo e até mesmo sotaque e expressões interioranas. Esses elementos são fundamentais para capturar a atenção de quem ouve e provocar as mais diferentes sensações.
Leitura e interpretação de um causo
Num rancho às margens do Rio Pardo
Era um matuto dos bons e vivia num rancho às margens do Rio Pardo, perto de Cajuru. Seu Ico era o apelido dele. Acreditava em tudo que via e ouvia. E tinha opiniões muito firmes sobre coisas misteriosas. Adorava contar casos de assombração e outros bichos: 
 Fui numa caçada de veado no primeiro dia da quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na quaresma, mas eu num sabia. Aí apareceu a assombração! Arma penada do otro mundo. E os cachorro disparô. Foro tudo pro corgo pra modi fugi da bicha... Veado que é bão nem nu pensamento, pruque eis tamém pressintiru a penuria passanu ali pertu! 
 Mas era assombração mesmo, seu Ico? 
 Pois u que havera di sê? Esse mundo é surtido! 
Pois no mundo sortido do seu Ico também tinha saci! 
 Quando é que o senhor viu saci, seu Ico? 
 Ara! Vi a famia toda, num foi um saci só... Tinha o saci, a sacia gravi (ele queria dizer grávida), e os sacizim em riba da mãe, tudo pulano numa perna... 
 E o que eles fizeram ou disseram pro senhor?
 Nada... O saci cachaço inda ofereceu brasa pro meu paiero (tradução: o saci-pai acendeu o cigarro de palha dele). Gardicido!, eu disse... e entrei pa dentro modi num vê mais as tranquera... 
E mula sem cabeça? Ah, seu Ico garante que existe: 
 Essa eu nunca vi, mas ouvi o rinchado dela umas par de veis... E otro que eu tamém vi foi o tar de lobisome! Ê bicho fei! Mai num feis nada... desvirô num cachorro preto e sumiu presse mundão de meu Deus. Agora, em dia de pescaria, aparece muito é caboco-d'água. Um caboquim pretim e jeitado que mora dentro do rio... Ah, e tem que vê tamém o caapora. Grandão qui nem ele só, com um corpo peludo. Bichu fei! E o curupira! Vichi Maria, é fei dimais, tem pé virado pa trais... 
 E com tudo isso o senhor ainda se arrisca a ir pro meio do mato, seu Ico? 
 Pois vô sem medo! Qué sabê? - Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto. - Qual! Tenho muito, mais muito mais medo é de gente vivo! 
EQUIPE Xico da Kafua, 24 novo 2007. Disponível em: <http://www.xicodakafua.com.brcausos_detalhe.php?cod=9>. Acesso em: 8 jan. 2015. 

EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

1.
 Complete a alternativa a seguir com as informações corretas sobre o texto. 

Nesse texto. um narrador fala sobre seu ___________________ , um homem do _____________ que diz ter visto diferentes tipos de _____________ . Para descrever o matuto, o narrador apresenta sua conversa com ele. 


2. Releia as perguntas ou comentários que o narrador dirige a seu Ico. 
 Mas era assombração mesmo, seu Ico? [...] 
 Quando é que o senhor viu saci, seu Ico? [...] 
 E o que eles fizeram ou disseram pro senhor? 

Qual é a intenção do narrador ao fazer essas perguntas? 

3. O narrador, além de mostrar ao leitor os causos de seu Ico, retrata-o como uma personagem bem interiorana. Destaque palavras, expressões ou frases que identifiquem seu Ico como tal. 

4. E possível dizer que há dois narradores no texto que você leu: um que conta a história de seu Ico e outro que é o próprio Ico - personagem que também narra suas histórias ao longo do texto. 

Considerando essas informações, responda: Qual dos dois narradores pode ser considerado um "contador de causos"?
5. Quais são os seres sobrenaturais citados por seu Ico? 

Importante saber:
O texto "Num rancho às margens do Rio Pardo" fala sobre os seres criados pela rica imaginação popular: o saci, a mula sem cabeça, o lobisomem.
As histórias que contam fatos sobre esses seres são chamadas lendas

6. Releia o trecho a seguir e responda às próximas questões. 
— Fui numa caçada de veado no primeiro dia da quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na quaresma, mas eu num sabia. Aí apareceu a assombração! 

a) Seu Ico faz referência a uma crendice popular relacionada a um fato religioso. Qual é ela? 
b) As crendices populares estão presentes no cotidiano. Cite algumas que você conhece. 

7. Você já viu um contador de causo pessoalmente ou pela TV? Conte para seus colegas. 

8. Copie das frases a seguir as palavras cujo significado você desconheça. Primeiro, tente descobrir o sentido dos termos, observando a relação que estabelecem com outras palavras. Depois, pesquise as palavras no dicionário e anote o significado que seja mais adequado ao contexto.

a) "Era um matuto dos bons [...]"
b) "Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto."

3 comentários:

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