GÊNERO TEXTUAL: CAUSO
Causo é uma
história (representando fatos verídicos ou não), contada de forma engraçada,
com objetivo lúdico. Muitas vezes apresentam-se com rimas, trabalhando assim a
sonoridade das palavras. São conhecidos também como causos populares e já fazem
parte do folclore brasileiro.
Os causos
são histórias fantásticas que podem ser engraçadas ou assustadoras, mas que
devem ser contadas obedecendo a algumas regrinhas: um causo, para ser bem
contado, tem que conferir às palavras entonação, ritmo e até mesmo sotaque e
expressões interioranas. Esses elementos são fundamentais para capturar a
atenção de quem ouve e provocar as mais diferentes sensações.
Leitura e interpretação de um causo
Num
rancho às margens do Rio Pardo
Era
um matuto dos bons e vivia num rancho às margens do Rio Pardo, perto de Cajuru.
Seu Ico era o apelido dele. Acreditava em tudo que via e ouvia. E tinha
opiniões muito firmes sobre coisas misteriosas. Adorava contar casos de
assombração e outros bichos:
— Fui numa caçada de veado no primeiro dia da
quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na quaresma, mas eu num sabia. Aí apareceu
a assombração! Arma penada do otro mundo. E os cachorro disparô. Foro tudo pro
corgo pra modi fugi da bicha... Veado que é bão nem nu pensamento, pruque eis
tamém pressintiru a penuria passanu ali pertu!
— Mas era assombração mesmo, seu Ico?
— Pois u que havera di sê? Esse mundo é
surtido!
Pois
no mundo sortido do seu Ico também tinha saci!
— Quando é que o senhor viu saci, seu Ico?
— Ara! Vi a famia toda, num foi um saci só...
Tinha o saci, a sacia gravi (ele queria dizer grávida), e os sacizim em riba da
mãe, tudo pulano numa perna...
— Nada... O saci cachaço inda ofereceu brasa
pro meu paiero (tradução: o saci-pai acendeu o cigarro de palha dele).
Gardicido!, eu disse... e entrei pa dentro modi num vê mais as
tranquera...
E
mula sem cabeça? Ah, seu Ico garante que existe:
— Essa eu nunca vi, mas ouvi o rinchado dela
umas par de veis... E otro que eu tamém vi foi o tar de lobisome! Ê bicho fei!
Mai num feis nada... desvirô num cachorro preto e sumiu presse mundão de meu
Deus. Agora, em dia de pescaria, aparece muito é caboco-d'água. Um caboquim
pretim e jeitado que mora dentro do rio... Ah, e tem que vê tamém o caapora.
Grandão qui nem ele só, com um corpo peludo. Bichu fei! E o curupira! Vichi
Maria, é fei dimais, tem pé virado pa trais...
— E com tudo isso o senhor ainda se arrisca a
ir pro meio do mato, seu Ico?
— Pois vô sem medo! Qué sabê? - Dá uma
gargalhada rouca e faz um ar maroto. - Qual! Tenho muito, mais muito mais medo
é de gente vivo!
EQUIPE
Xico da Kafua, 24 novo 2007. Disponível em: <http://www.xicodakafua.com.brcausos_detalhe.php?cod=9>.
Acesso em: 8 jan. 2015.
EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1. Complete a alternativa a seguir com as informações corretas sobre o texto.
1. Complete a alternativa a seguir com as informações corretas sobre o texto.
Nesse texto. um narrador fala sobre seu
___________________ , um homem do _____________ que diz ter visto diferentes
tipos de _____________ . Para descrever o matuto, o narrador apresenta sua
conversa com ele.
2. Releia
as perguntas ou comentários que o narrador dirige a seu Ico.
— Mas era
assombração mesmo, seu Ico? [...]
— Quando é que o
senhor viu saci, seu Ico? [...]
— E o que eles
fizeram ou disseram pro senhor?
Qual é a intenção do narrador ao fazer essas perguntas?
3. O
narrador, além de mostrar ao leitor os causos de seu Ico, retrata-o como uma
personagem bem interiorana. Destaque palavras, expressões ou frases que
identifiquem seu Ico como tal.
4.
E possível dizer que há dois narradores
no texto que você leu: um que conta a história de seu Ico e outro que é o
próprio Ico - personagem que também narra suas histórias ao longo do
texto.
Considerando essas informações, responda: Qual dos dois narradores pode ser considerado um "contador de causos"?
5.
Quais são os seres sobrenaturais
citados por seu Ico?
Importante saber:
O texto "Num rancho às margens do
Rio Pardo" fala sobre os seres criados pela rica imaginação popular: o
saci, a mula sem cabeça, o lobisomem.
As histórias que contam fatos sobre esses seres são chamadas lendas.
As histórias que contam fatos sobre esses seres são chamadas lendas.
6. Releia o trecho a seguir e responda às próximas questões.
— Fui
numa caçada de veado no primeiro dia da quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na
quaresma, mas eu num sabia. Aí apareceu a assombração!
a) Seu Ico faz referência a uma crendice popular relacionada a um fato religioso. Qual é ela?
b) As
crendices populares estão presentes no cotidiano. Cite algumas que você
conhece.
7. Você já viu um contador de causo pessoalmente ou
pela TV? Conte para seus colegas.
8.
Copie das frases a seguir as palavras cujo significado você desconheça.
Primeiro, tente descobrir o sentido dos termos, observando a relação que
estabelecem com outras palavras. Depois, pesquise as palavras no dicionário e
anote o significado que seja mais adequado ao contexto.
a) "Era um matuto dos bons [...]"
b) "Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto."
a) "Era um matuto dos bons [...]"
b) "Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto."
batata
ResponderExcluirfrita e muito bom
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