SIMULADOS SPAECE

segunda-feira, 20 de junho de 2016

ADVÉRBIOS

ADVÉRBIO
Compare estes exemplos:
O ônibus chegou.
O ônibus chegou ontem.

A palavra ontem acrescentou ao verbo chegou uma circunstância de tempo: ontem é um advérbio.

Marcos jogou bem.
Marcos jogou muito bem.

A palavra muito intensificou o sentido do advérbio bemmuito, aqui, é um advérbio.

A criança é linda.
A criança é muito linda.

A palavra muito intensificou a qualidade contida no adjetivo lindamuito, nessa frase, é um advérbio.

Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.

Às vezes, um advérbio pode se referir a uma oração inteira; nessa situação, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração.

Por exemplo:
As providências tomadas foram infrutíferas, lamentavelmente.

Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar várias ideias, tais como:
Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
Modo: Eles agiram mal.
Negação: Ela não saiu de casa.
Dúvida: Talvez ele volte.

Observações:
- Os advérbios que se relacionam ao verbo são palavras que expressam circunstâncias do processo verbal, podendo assim, ser classificados como determinantes.

Por exemplo:
Ninguém manda aqui!
mandar: verbo
aqui: advérbio de lugar = determinante do verbo

- Quando modifica um adjetivo, o advérbio acrescenta a ideia de intensidade.
Por exemplo:
O filme era muito bom.

- Na linguagem jornalística e publicitária atuais, têm sido frequentes os advérbios associados a substantivos:
Por exemplo:
" Isso é simplesmente futebol" - disse o jogador.
"Orgulhosamente Brasil" é o que diz a nova campanha publicitária ufanista.

FLEXÃO DO ADVÉRBIO
Outra característica dos advérbios se refere a sua organização morfológica. Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe:

Grau Comparativo
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o comparativo do adjetivo:

de igualdade: tão + advérbio + quanto (como)
Por exemplo:
Renato fala tão alto quanto João.

de inferioridade: menos + advérbio + que (do que)
Por exemplo:
Renato fala menos alto do que João.

de superioridade:
Analítico: mais + advérbio + que (do que)
Por exemplo:
Renato fala mais alto do que João.
Sintético: melhor ou pior que (do que)
Por exemplo:
Renato fala melhor que João.

Grau Superlativo
O superlativo pode ser analítico ou sintético:

Analítico: acompanhado de outro advérbio.
Por exemplo:
Renato fala muito alto.
muito = advérbio de intensidade
alto = advérbio de modo

Sintético: formado com sufixos.
Por exemplo:
Renato fala altíssimo.

Obs.: as formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são comuns na língua popular. Observe:
Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)

CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS
De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de:

Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, , detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.

Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depoisainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamaisagorasempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.

Modo: bemmalassim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.

Afirmação: simcertamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.

Negação: nãonem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçátalvez, casualmente, por certo, quem sabe.

Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente, intensamentegrandemente, bem (quando aplicado a propriedades graduáveis).

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.
Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.

Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.

Ordem: depois, primeiramente, ultimamente.
Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.

Saiba que:
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se ao advérbio o mais ou o menos.
Por exemplo:
Ficarei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos tarde possível.
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em geral sufixamos apenas o último:
Por exemplo:
O aluno respondeu calma e respeitosamente.
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
Há palavras como muito, bastante, etc. que podem aparecer como advérbio e como pronome indefinido.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro advérbio e não sofre flexões.
Por exemplo: Eu corri muito.
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e sofre flexões.
Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.

Advérbios Interrogativos
São as palavras: ondeaondedondequandocomopor que? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa.
Veja:
Interrogação Direta
Interrogação Indireta
Como aprendeu?
Perguntei como aprendeu.
Onde mora?
Indaguei onde morava.
Por que choras?
Não sei por que choras.
Aonde vai?
Perguntei aonde ia.
Donde vens?
Pergunto donde vens.
Quando voltas?
Pergunto quando voltas.

Locução Adverbial
Quando há duas ou mais palavras que exercem função de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinariamente por uma preposição. Veja:

lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para dentro, por aqui, etc.
afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em geral, frente a frente, etc.
tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje em dia, nunca mais, etc.

Obs.: tanto a locução adverbial como o advérbio modificam o verbo, o adjetivo e outro advérbio. Observe os exemplos:
Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
De repente correram para a rua. (verbo)

Relação de Algumas Locuções Adverbiais
às vezes
às claras
às cegas
à esquerda
à direita
à distância
ao lado
ao fundo
ao longo
a cavalo
a pé
às pressas
ao vivo
a esmo
à toa
de repente
de súbito
de vez em quando
por fora
por dentro
por perto
por trás
por ali
por ora
com certeza
sem dúvida
de propósito
lado a lado
passo a passo
o mais das vezes

Atenção: não confunda locução adverbial com a locução prepositiva. Nesta última, a preposição vem sempredepois do advérbio ou da locução adverbial.
Por exemplo:
perto de, antes de, dentro de, etc.

PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS
São palavras que, embora, em alguns aspectos (ser invariável, por exemplo), assemelhem-se a advérbios, não possuem, segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, classificação especial. Do ponto de vista sintático, são expletivas, isto é, não assumem nenhuma função; do ponto de vista morfológico, são invariáveis (muitas delas vindas de outras classes gramaticais); do ponto de vista semântico, são inegavelmente importantes no contexto em que se encontram (daí seu nome). Classificam-se em função da ideia que expressam:

Adição: ainda, além disso, etc.
Por exemplo:
Comeu tudo e ainda repetiu.
Afastamento: embora
Por exemplo:
Foi embora daqui.
Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente
Por exemplo:
Ainda bem que passei de ano
Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de, etc.
Por exemplo:
Ela quase revelou o segredo.
Designação: eis
Por exemplo:
Eis nosso carro novo.
Exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer, apenas, etc.
Por exemplo:
Não me descontou sequer um real.
Explicação: isto é, por exemplo, a saber, etc.
Por exemplo:
Li vários livros, a saber, os clássicos.
Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, etc.
Por exemplo:
Eu também vou viajar.
Limitação: só, somente, unicamente, apenas, etc.
Por exemplo:
 ele veio à festa.
Realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque, etc.
Por exemplo:
E você lá sabe essa questão?
O que não diria essa senhora se soubesse que já fui famoso.
Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
Por exemplo:
Somos três, ou melhor, quatro.
Situação: então, mas, se, agora, afinal, etc.
Por exemplo:
Mas quem foi que fez isso?


As palavras denotativas frequentemente ocorrem em frases e textos diretamente envolvidos com as estratégias argumentativas. Por essa razão, fique atento para o papel de palavras como até, aliás, também, etc. e para os efeitos de sentido que produzem nas situações efetivas de interlocução. Podem ser difíceis de classificar, mas isso não impede que sejam importantes e necessárias.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

VERBOS

VERBO

Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos:

ação (correr);
estado (ficar);
fenômeno (chover);
ocorrência (nascer);
desejo (querer).

O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.
Estrutura das Formas Verbais

Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:

a) Radicalé a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo.
Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo.
Por exemplo:
fala-r
São três as conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporalé o elemento que designa o tempo e o modo do verbo.
Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) 
d) Desinência número-pessoalé o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).
Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falava(indica a 3ª pessoa do plural.)
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª 
Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três modos: 
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora, menino.

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: 
a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo.
Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)

É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta).
Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: Radical + ES
Ex.: teres(tu)
1ª pessoa do plural: Radical + MOS
Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES
Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM
Ex.: terem (eles)
Por exemplo:
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
Por exemplo: 
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída.
Por exemplo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
d) Particípioquando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o  resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.
Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal).
Por exemplo:
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes verbais:
a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo.
Por exemplo:
Elefezo trabalho.
sujeito agenteaçãoobjeto (paciente)

b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo.
Por exemplo:
O trabalhofoi feitopor ele.
sujeito pacienteaçãoagente da passiva

c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação.
Por exemplo: 

              O menino feriu-se.

Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade.
Por exemplo:
               
              Os lutadores feriram-se. (um ao outro)

Formação da Voz Passiva
A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal.
Por exemplo:
             
               A escola será pintada.




O trabalho é feito por ele.
Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de.
Por exemplo:

              A casa ficou cercada de soldados.

- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase.
Por exemplo: 

               A exposição será aberta amanhã.

- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases seguintes:
a)Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
b)Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
c)Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:

O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem eventualmente funcionar como auxiliares.
Por exemplo:


A moça ficou marcada pela doença.
2- Voz Passiva Sintética
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
Por exemplo:





Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.

Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

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